o Fotógrafo
Não estou interessado em ser um super fotógrafo. Não se trata disso. Apenas gosto de captar os momentos que vivem em mim enquanto tiro as fotos, fazendo turismo, ou em qualquer viagem de aventura pelo mundo.
Eu realmente me sinto melhor assim. Especialmente quando estou captando prédios, construções diversas, pessoas e toda arte e arquitetura envolvidas nas formas e no que elas representam para mim.
A fotografia é sobre a vida... e a vida é movimento. As vezes precisamos de pessoas nas fotografias, as vezes não. É como pegar emprestado um sentimento fugaz, mas cheio de vida. O tipo de olhar que não pertence a ninguém, nem mesmo a quem captura o movimento. E registra-lo não significa aprisioná-lo... a lente da câmera como uma extensão do tempo, traduzindo memórias que nenhum de nós realmente pensa estar realmente lá. Se fosse o aprisionamento de alguma coisa, seria como colocar molduras nas ilusões. E justo por isso é uma arte quando se usa do aprendizado de algumas técnicas de enquadramento. Não dá pra fazer nada sem estudar o básico e a partir dele progredir. O tempo é uma ilusão; a fotografia, uma realidade do espaço-matéria.
Assim é como eu posso estar na história, com a minha estória: também através de tudo aquilo que não sou. Pintando com o olhar e deixando as linhas e as formas livres.
Eu não quero estar em todas as fotografias. Meu ego se interessa mais pela evolução de minha alma, não de minha imagem. E esta é a razão pela qual eu gosto de compartilhar as fotografias que faço, sem as interferências que podem criar hiper-realidades depois. Não faço manufatura de imagens prontas. Isso pode ser bom para fotografias de propaganda, mas para fotografias que contam histórias seu peso inexiste pra mim.
Esses são os bons momentos para ser primitivo, uma chance de ser como uma meditação, mais perto de meus sentimentos originais, através de meus instintos. Sim, sou purista. Eu não sou um Photoshopper (não sou designer de hiper-realidades). Sempre me soa melhor e mais agradável ser simples.
